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A presença humana no concelho de Portimão tem origem na Pré-história, como o comprova a importante necrópole de Alcalar ou a descoberta recente de uma gruta com vestígios do Homem de Neandertal perto da Companheira. Sabe-se também da presença fenícia e cartaginesa nesta zona que, como outros locais da costa algarvia, teve um papel importante no intercâmbio comercial e cultural entre o Mediterrâneo, o Atlântico e o Norte de África, algo que as campanhas de arqueologia subaquática realizadas nos últimos anos na foz do rio Arade têm vindo a comprovar. 
 
No entanto, apesar da forte presença romana (com as marcas territoriais mais marcantes a serem a villa da Abicada ou os tanques de salga descobertos nos trabalhos de reconstrução do edifício dito da “Mabor”, localizado perto da zona ribeirinha) e árabe (de menor monta, sendo as principais referências a Alcaria de Arge e o Castelo Belinho), é só no século XV que Portimão se afirma definitivamente como núcleo urbano, sobretudo através do reconhecimento pelo reino da sua crescente importância, com a atribuição do foral manuelino em 1504, assinalando um crescimento fulgurante ocorrido na segunda metade do século XV, cuja construção da Igreja Matriz pelo donatário Gonçalo Vaz Castelo Branco e das Muralhas a ser o maior símbolo desse período.
 
A partir da segunda metade do período dos Descobrimentos, a então Vila Nova de Portimão desenvolve-se como um dos pólos da expansão comercial portuguesa, florescendo para lá do limite do perímetro muralhado pouco tempo depois da construção deste, com o melhor exemplo deste rápido crescimento a ser a construção do Colégio dos Jesuítas (a conhecida “Igreja do Colégio”) em 1707. Contudo os elevados estragos provocados pelo terramoto de 1755 causaram uma estagnação que só seria completamente ultrapassada na segunda metade do século XIX.
 
Será então que a vila, brevemente cidade e sede de bispado nos anos finais do governo do marquês de Pombal, conhecerá então um acelerado desenvolvimento, por força do desenvolvimento das indústrias dos frutos secos e das conservas de peixe, tornando-se um pólo de atracção para as populações vizinhas que tinham a agricultura como meio de subsistência, crescendo para poder acolher essas mesmas pessoas, tendo também de se construir toda uma série de edifícios e infra-estruturas para poder acolher este “take-off” industrial. Uma das grandes obras públicas no final do século XIX será a criação da actual zona ribeirinha de Portimão, com o primeiro aterro a ser criado para servir de base à nova ponte rodoviária, velha aspiração da localidade, conseguida graças aos bons serviços do portimonense Visconde de Bivar, Par do Reino que conseguiu que a construção deste equipamento rodoviário fosse feita cá e não em Silves. Juntamente com a zona ribeirinha é também construído o cais, grande ponto de apoio para a intensa actividade piscatória e para o escoamento da cada vez maior produção industrial. Todo este crescimento levará a que a vila seja elevada a cidade em 1924, sendo então Presidente da República Manuel Teixeira-Gomes, ilustre negociante e escritor natural de Portimão, que tinha sido o primeiro representante da República no Reino Unido de onde saiu para ocupar o mais alto cargo da nação.
 
Já cidade, Portimão vê a indústria de conservas de peixe atingir o seu zénite, sendo exportadas para todo o mundo e ainda com um pequeno empurrão causado pela II Grande Guerra. Todo este crescimento reflectiu-se na malha urbana com a criação de uma zona industrial adjacente à zona ribeirinha e ainda com a construção de bairros sociais para mitigar a falta de habitação condigna para a força laboral que sustentava o esforço industrial e piscatório. O final da Guerra, juntamente com uma quebra nas pescarias, o envelhecimento da maquinaria e o crescimento da concorrência estrangeira, nomeadamente das fábricas marroquinas levaram a que as conservas de peixe entrassem em declínio, felizmente vindo a ser substituídas pelo turismo como motor económico do município, com a hotelaria e restauração a conseguir absorver muitos dos antigos operários, numa operação que começa nos anos 60, com a marcante construção dos hotéis Algarve e Penina e do complexo da Torralta.